Sábado, 27 de abril de 2024
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Em busca de alianças, Lúdio admite abertura de diálogo com MDB, agro e até direita

Ao contrário da candidatura a deputado, para prefeito Lúdio terá que mudar o tom e adotar postura mais conciliadora para fortalecer alianças

Em busca de alianças, Lúdio admite abertura de diálogo com MDB, agro e até direita

Foto: Marcos Lopes/ALMT

Experiente na arte da oposição desde os tempos da vereança, o que implica em apontar falhas, fazer críticas e utilizar os instrumentos legislativos a seu favor, o deputado Lúdio Cabral (PT) deve começar a alterar sua estratégia a partir de agora em busca da consolidação da candidatura a prefeito de Cuiabá. A ideia é colocar um pouco a ideologia no bolso e se agarrar a outra arte para construir o projeto: a do diálogo.

Mesmo sem definição dentro da Federação Brasil da Esperança, o parlamentar já fala em sentar à mesa com "setores que pensam diferente". Nesse grupo, inclui o MDB, apesar das críticas à gestão Emanuel Pinheiro. Também não descarta o setor produtivo e comercial e o próprio governador Mauro Mendes (União Brasil). E admite abertura para diálogo com setores da direita. 

"Mesmo eu fazendo oposição ao governador do Estado, eu vou buscar construir diálogo com o governador do Estado para tratar da realidade de Cuiabá mesmo antes de ser eventualmente prefeito. Ao longo deste ano há muito diálogo na diferença que pode ser construído para você produzir conteúdo programático para governar a cidade, porque esse é o X da questão. Há um caminho para a construção do programa de governo. A tarefa de construir um programa de governo consistente em diálogo com setores que pensam diferente, porque se eu for dialogar só com quem pensa como eu, não avanço. Isso inclusive com setores da direita. Nós não temos que ter pudor de sentar a mesa com lideranças de direita, partidos de direita e liderenças de outros setores. Governar uma cidade não é uma tarefa simples e depende de um arco bem amplo de pensamentos e experiências nas muitas áreas", argumenta. 

A mudança no discurso surge após a rodada de conversas com outro nome da federação, o vice-prefeito José Roberto Stopa (PV), e, sobretudo, após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), hipotecar publicamente o seu apoio ao candidato da federação em Cuiabá, a  pedido do presidente Lula (PT). Nessa busca por sair do papel de parlamentar de oposição, ainda que não o desempenhe de maneira radical ou  pouco inteligente, Lúdio terá que mudar o tom e adotar postura mais conciliadora para fortalecer alianças. Como candidato ao Executivo, corre o risco de escantear atributos que lhe renderam bons resultados nas urnas em 2022. 

"Eu tenho uma leitura crítica em relação ao modelo de desenvolvimento que é adotado em Mato Grosso, mas isso não nos impede de sentar à mesa para pensar pontos em comum pensando no melhor para a nossa população, tendo consciência que nós estamos governando o país para todos. O presidente Lula governa para todos. Eu sou do campo da agroecologia e o Fávaro é do campo do agronegócio. Nós temos que construir um diálogo porque esses dois modos de produção vão coexistir e nós precisamos avançar ao longo do tempo, em um processo de transição, para assegurar a sustentabilidade da agricultura diante do fenômeno que é as mudanças climáticas. Mas esse é um processo que acontece a toda a articulação política que vai além da agricultura", disse o petista quando questionado sobre a possível aproximação com Fávaro, representante do agronegócio, apesar das críticas ao modelo produtivo que sempre fez dentro da Assembleia Legislativa. 

Lúdio reconhece que o posicionamento do ministro ao atender ao pedido do presidente da República altera o xadrez político no pleito de 2024 na Capital, mas lembra que além disso há outras etapas a serem realizadas na construção das alianças. Uma delas é o diálogo com o MDB. O deputado se coloca na oposição à gestão do prefeito Emanuel Pinheiro, mas está aberto para conversas. "O diálogo com o MDB ainda não se iniciou, já venho dizendo há algum tempo que é um processo longo e nós estamos ainda a oito meses das convenções e eu acho que esse movimento, essa posição do Fávaro é um marco importante, porque abala as estruturas e já inaugura o processo de articulações de 2024, mas há outras etapas a serem amadurecidas. Vocês sabem que eu tenho críticas a áreas de políticas públicas em Cuiabá que nós precisamos de mudanças importantes. O MDB vive um dilema interno e temos que acompanhar, monitorar para no momento certo abrir o diálogo. Não tenho problema nenhum de diálogo respeitoso e o prefeito sabe do meu posicionamento sobre a gestão dele, sabe das críticas. Se sentarmos à mesa ele também terá condições de ponderar a realidade que ele vive, porque é ele quem está na cadeira de prefeito e sabe das dificuldades que enfrenta para governar a cidade". 





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