Segunda-feira, 29 de abril de 2024
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Dirigente do Cuiabá questiona pressão do Procon, ameaça levar jogos para outros estados e diz que precisa pagar as contas

O vice-presidente do clube, Cristiano Dresch, alega que o time perdeu R$ 6 milhões em receitas este ano e diz que irá apurar quem está por trás dessa pressão feita contra o Dourado

Dirigente do Cuiabá questiona pressão do Procon, ameaça levar jogos para outros estados e diz que precisa pagar as contas

Foto: AssCom Dourado

O vice-presidente do Cuiabá Esporte Clube, Cristiano Dresch, se pronunciou na noite dessa quinta-feira (27) sobre a polêmica dos valores dos ingressos para o confronto entre Dourado e Flamengo. Polêmico, o dirigente levantou suspeitas sobre a motivação para a pressão que vem recebendo do Procon, ameaçou levar os jogos da equipe para outros estados e disse ainda que irá apurar quem está por trás dessa movimentação feita contra o time. Dresch alegou também que a equipe não busca enriquecimento e está querendo apenas pagar as contas, que são de R$ 10 milhões mensais, devido à queda de receita em 2023 com a eliminação na Copa do Brasil e por ter ficado de fora da Copa Sulamericana este ano. 

“O jogo do Flamengo é o nosso produto mais importante do ano. É a oportunidade que o Cuiabá tem de arrecadar para pagar as contas. E tem que deixar bem clara a pressão que estamos recebendo do Procon. Somos fiscalizados pelo Procon e pelo Ministério Público, já fomos notificados várias vezes e todas as vezes nós respondemos. Mas na quarta de manhã, três fiscais do Procon foram à sede do Cuiabá com uma impressora para emitir a notificação no momento da autuação. Algo que nunca vimos, nunca sofremos uma fiscalização desse tamanho”, criticou.

Cristiano segue no pronunciamento questionado a quem interessa essa pressão e diz estar atrás de quem é responsável pela situação, a qual classifica como sentido. Ele também pondera que os preços cobrados para o ingresso da partida contra o Flamengo não se tratam de valores exorbitantes, comparando com o valor cobrado, por exemplo, na final da Supercopa entre Flamengo e Atlético-MG ano passado na Arena Pantanal.  

“Por que? Por que estamos sofrendo essa pressão gigantesca do Procon? Quem está interessado para que o Cuiabá sofra esta pressão? A gente é fiscalizado há muitos anos, o Cuiabá cobra por esse serviço e o Procon é um órgão de proteção e ele está aí para isso,  mas por que estão dando entrevista para a TV e criando uma comoção para este jogo? Estamos atrás de quem está fazendo esta pressão sem sentido”, questionou. 

Na sequência, Cristiano revela que já recebeu várias propostas para tirar os grandes clubes da cidade, para jogar em outras cidades, como Manaus, Brasília e Espírito Santo. E adianta que se continuar sendo pressionado, terá que repensar a política e o posicionamento do time com relação à esta situação. O vice-presidente lembra que os jogos da série A, principalmente, com grandes equipes, movimentam o setor do comércio, rede hoteleira e gera ainda 4 mil empregos, sendo, portanto, importante para economia da capital. 

“Temos a oportunidade de arrecadar muito mais em outras cidades, sem ter problema, sem ter nenhum tipo de trabalho. Se a gente continuar recebendo este tipo de pressão, que estamos recebendo, vamos começar a repensar nosso posicionamento sobre isso. Os preços que o Cuiabá está praticando nesse jogo não são exorbitantes. Se você for olhar hoje no Brasil inteiro, jogos desse tamanho, os preços praticados são até superiores a esses valores que o Cuiabá tem cobrado”, defende. 

Cristiano lembra ainda que por se tratar de um Sociedade Anônima do Futebol, o Cuiabá é obrigado a prestar contas e seus balanços financeiros são públicos, podendo ser consultados. E aproveita para revelar que o time sofre com a perda de receita este ano. “O Cuiabá não está buscando enriquecimento cobrando esses valores desses ingressos. O Cuiabá está buscando apenas pagar suas contas. Hoje Cuiabá tem uma despesa mensal que gira em torno de R$ 8 a R$ 10 milhões de reais. Em 2023 tivemos perda de receita que não tivemos em 2022, este ano uma perda de receita enorme em função da eliminação da primeira fase da Copa do Brasil e a não participação na Copa Sul-Americana. Comparado a 2022, somente essas duas competições causaram déficit para o Cuiabá de quase R$ 6 milhões”, afirmou. 

Outra coisa que tem prejudicado o time financeiramente é a quantidade de jogos transmitidos na TV aberta e nos canais fechados. “Tivemos uma redução grande devido à presença de grandes equipes este ano na série A. Nós tivemos até agora, em 20 rodadas que já foram marcadas as datas, somente quatro jogos transmitidos. A cada jogo desse o Cuiabá recebe um valor que gira em torno de 1.200.000 a 1.500.000 reais”, explicou.

O dirigente explica ainda que o regulamento da CBF exige que o ingresso mínimo para Campeonato Brasileiro seja de R$ 40, e o Cuiabá tem cobrado R$ 10 em quase todos os jogos, chegando a R$ 5, contra o Bahia.

“Por que ninguém fala quando o Cuiabá abre mão da receita para beneficiar o torcedor? Nós fomos hoje notificados pelo STJD através de uma liminar de que a gente deveria equiparar os preços do setor do visitante com o setor da torcida do Cuiabá, foi o que fizemos, tivemos que igualar o preço, subimos o preço do torcedor do Cuiabá. Quem é prejudicado é o torcedor do Cuiabá, que acompanha o clube”, explicou. 

Cristiano destaca que o Cuiabá encara uma competição dificílima, com equipes muito maiores, com muito mais influência, e volta a reforçar sobre a pressão que vem recebendo. “Estamos sendo pressionados a todo momento de forma que nunca fomos por órgão de Mato Grosso. Estão fazendo seu papel, mas está exagerando, está passando do limite. Quem está causando isso?”, reforça.

A partida contra o Flamengo será no dia 6 de agosto. E após notificação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o Cuiabá alterou os valores dos ingressos. O setor Sul Superior, que antes custava R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), agora saltou para R$ 250 (inteira) e R$ 125 (meia). Já para acessar o setor Sul Inferior antes era cobrado o valor de R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia), e agora é R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia). 

De acordo com Cristiano, ano passado, o Cuiabá teve 13 jogos transmitidos, este ano, se continuar assim, o time deve ter, no máximo, de 8 a 9 jogos passados na TV. “Então isso causa uma perda de arrecadação muito grande para o clube. Então a gente tem que deixar claro que o Cuiabá não está buscando enriquecer com esse jogo do Flamengo por exemplo, a gente está querendo só pagar nossas contas”. 

O Cuiabá em 2022 teve um faturamento de R$ 130 milhões e um lucro de R$ 25 milhões, que teria sido todo reinvestido no clube. De acordo com Cristiano, o valor foi aplicado na compra de jogadores, tendo sido a primeira vez que o time compra o direito econômico de atletas, e na construção de um centro de treinamento novo, no Distrito Industrial.

“Cuiabá está buscando uma forma de pagar as contas, e numa competição na qual somos um clube jovem, de 20 e poucos anos e compete com equipes centenárias, e comparando com o Flamengo que fatura R$ 1,3 bilhão, e o Cuiabá que fatura R$ 100 milhões por ano (...). Esta comoção que está criada com relação a este jogo não tem cabimento, colocando o Cuiabá como um time que quer ganhar dinheiro à custa das pessoas.

 


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