Sábado, 20 de abril de 2024
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PF quer ouvir Wilson sobre um vídeo de compra de votos em campanha a prefeito

Inquérito tramita desde outubro de 2016

PF quer ouvir Wilson sobre um vídeo de compra de votos em campanha a prefeito

Foto: Reprodução


A Polícia Federal pretende ouvir o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) sobre um vídeo em que aparece a suposta compra de votos durante a campanha dele a prefeito de Cuiabá, em 2016. O inquérito tramita desde outubro daquele ano, mas até o momento o parlamentar não foi ouvido.

A suspeita é que a campanha de Wilson estaria à época pagando R$ 50,00 para adesivar os carros de eleitores da Capital. As imagens foram flagradas em frente à sede da Pantanal Transportes, no bairro Jardim Vitória. Wilson disputou a prefeitura e foi derrotado pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) em 2016.

Em 4 de fevereiro deste ano, o delegado Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi determinou que Wilson seja intimado a prestar esclarecimentos. A PF tenta também ouvir Ricardo Adriani, servidor que está atualmente no gabinete do deputado Eduardo Botelho (DEM), para prestar depoimento, porque ele foi citado por outras testemunhas do caso.

Desde 2016, a PF conseguiu identificar claramente apenas duas pessoas no vídeo com a denúncia encaminhada por uma advogada à Justiça Eleitoral. Thafarel Fernando Lima de Oliveira e Jânio Boaventura Maia aparecem na gravação falando sobre valores que seriam pagos pela adesivagem nos carros. Contudo, à PF eles negaram que houvesse compra de votos.

A advogada identificada apenas como “Lorena”, responsável pela denúncia, também deve ser ouvida pela PF para identificar condutores de veículos que foram adesivados em troca de dinheiro. A PF apreendeu um pen drive que contém a gravação feita na campanha de 2016 e uma nota de R$ 50,00, que seria a prova da compra de votos.

Thafarel foi ouvido em 27 de janeiro deste ano. A PF cita que, no vídeo, um homem identificado como “Saulo” fala a seguinte frase: "Se ele pagasse mais ia deixar colocar a foto dele inteira, cinquenta é muito pouco". Thafarel identificou que o homem trabalha na Pantanal Transportes como instrutor dos motoristas.

Jânio também prestou depoimento, em 26 de janeiro. Ele negou que tenha havido compra de voto. No relato da oitiva, os policiais citam que outra pessoa não identificada diz que estava "todo mundo querendo ganhar um dinheirinho". A PF afirma que a resposta de Jânio gravada no vídeo foi “todo mundo”, como se concordasse. Em seu depoimento, porém, ele diz que a resposta é “vai preso”.

"Que apesar dos diálogos constantes no vídeo mencionarem várias vezes o pagamento de dinheiro em troca da adesivagem, o declarante reafirma não ter pago e também não presenciado qualquer pagamento para tanto; Que o declarante não realizou qualquer pagamento em troca de adesivagem de veículo", diz trecho do depoimento de Jânio. "Não lembro de nada disso", resume à PF.


Compra de votos Wilson Santos em 2016
O caso tramita na 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá, que é a Vara da Justiça Eleitoral especializada em casos de crimes comuns em conexão com crimes eleitorais, seguindo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em outubro de 2020, o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira deu mais 90 dias de prazo para o inquérito da PF, com concordância do Ministério Público Eleitoral. O caso voltou ao juiz para decisão sobre nova ampliação do prazo na última semana.

A abertura do inquérito foi determinada em 9 de janeiro de 2017 pelo, à época, juiz-membro do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) Marcos Faleiros da Silva, ante pedido a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), e chegou à PF em 24 daquele mês. A autorização do TRE-MT era necessária porque Wilson tinha foro por prerrogativa de função, o chamado "foro privilegiado", na 2ª instância. Apenas em 5 de abril de 2017 foi instaurado o inquérito.

O caso voltou à 1ª instância em junho de 2018, por decisão do então juiz-membro do TRE-MT Luís Aparecido Bortolussi Júnior, após mudança no entendimento do STF sobre o foro.

Em agosto de 2018, o delegado Marcellus Henrique de Araújo chegou a opinar pelo encerramento das investigações porque não era possível localizar a advogada que fez a denúncia nem identificar proprietários dos carros ou outras informações para auxiliar no inquérito. Depois, contudo, Jânio e Thafarel foram identificados e o caso voltou a andar. O inquérito ficou suspenso desde março de 2020 em razão da pandemia de Covid-19 e passou a tramitar novamente em 2021.

Outro lado

Em nota, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) informou que não foi intimado oficialmente de nenhum procedimento de investigação. "O parlamentar ressalta ainda que não comenta investigações em curso independente da natureza do órgão fiscalizador", disse.








Por:RDNews
 

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