Uérica Araújo Rodrigues viveu um pesadelo dentro de casa na manhã de quarta-feira em Cuiabá: ela viu o corpo do pai, morto a facadas pelo seu marido, estirado no banheiro.
Na delegacia, em entrevista ao programa SBT Comunidade, ela relatou que sofria ameaças do marido, que diz ter distúrbios mentais.

Acemar de Moura Rodrigues foi assassinado na residência da família, no Bairro Altos da Serra, enquanto se preparava para ir ao trabalho.
Segundo sua filha, durante qualquer discussão, o marido perguntava se ela "queria ficar sem pai e sem mãe e que se ele os matasse não tinha problema porque ele tinha um laudo e não ia ficar preso”.

Uérica afirma que apesar de alegar ter um laudo médico apontando distúrbios mentais, o marido não teria nenhum problema.

Segundo o delegado Olímpio da Cunha Fernandes Junior, também ao SBT Comunidade, tudo aponta para a autoria do crime, apesar do caso ainda estar sob investigação.
“Nós estamos convencidos de que o suspeito preso realmente é o autor dos fatos e agora só falta a gente cercar de todas as provas para finalizar a nossa investigação”.

A perícia irá apontar a quantidade de golpes e a possível arma do crime encontrada com o o homem já está em poder da Polícia.
Ao delegado, o suspeito negou a autoria e também apresentou a versão de que teria distúrbios mentais.

“Ele negou o crime, negou até que fosse ele mesmo na qualificação, que fosse a pessoa que está na identidade. Parece que existe um histórico de que ele se intitula, ou se diz com problemas psiquiátricos. A gente não sabe ainda se isso é verdade”.

Ele passará por perícia médica para avaliar o seu quadro de saúde e passará também por uma audiência de custódia.
O caso segue sendo investigado.

O dia do crime

Como de costume Uérica acordou com o despertador, mas dessa vez também com os gritos dos vizinhos no portão. Ela, o marido e os filhos estavam morando de favor na casa de sua mãe.

No corredor da casa ela deu de encontro com a mãe, que viu o genro saindo do banheiro com a faca na mão após o crime. A mulher chorava enquanto contava o que tinha acontecido.

“Eu entrei em estado de choque, abri a porta da frente da casa pros vizinhos [que gritavam no portão] entrarem. Eu vi a cena do meu pai caído no chão, morto. Não gosto nem de lembrar. É muito ruim, o banheiro todo ensanguentado e ele todo furado de faca”, relembrou.

Conforme as investigações, depois de cometer o crime o homem se trancou no quarto. “Eu bati na porta e ele não respondeu”, disse Uérica.
A Polícia precisou arrombar a porta e encontrou o homem deitado, como se “nada tivesse acontecido”.

Apesar de negar ter cometido o crime, a esposa viu as roupas do marido sujas de sangue.
Uma bolsa preta com três facas e um cutelo também foi encontrada ao lado do agressor.

“Eu acendi a luz do quarto e ele perguntou o que estava acontecendo com a cara cínica, como se não tivesse acontecido”.
Uérica disse ter medo do marido ser libertado, uma vez que ele já ameaçou deixá-la sem nenhum dos pais e tirar tudo dela.

“Quero que a justiça mantenha a prisão porque ele é uma ameaça para a sociedade, ele é uma ameaça principalmente para mim e pros meus filhos”.
Apesar do comportamento agressivo do marido e das ameaças, ela disse ter ficado surpresa e não imaginar o que motivou o assassinato.

 






Fonte:MidiaNews