Quinta-feira, 28 de março de 2024
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Ator cuiabano relata experiência de atuar na novela "Pantanal"

Conhecido pelo personagem Totó Bodega, Romeu Benedicto interpretou o vaqueiro Anacleto na trama

Ator cuiabano relata experiência de atuar na novela

Foto: Reprodução

O sucesso de audiência da TV Manchete em 1990 está de volta em 2022, na Rede Globo. E com um ator conhecido do público mato-grossense que, aos poucos, ganha visibilidade no País. Trata-se de Romeu Benedicto, famoso pela personagem Totó Bodega, que interpreta o vaqueiro Anacleto.
Cuiabano, Romeu ficou de setembro e outubro do ano passado em Mato Grosso do Sul gravando o remake.

As gravações foram realizadas nos municípios de Aquidauana, Corumbá e Miranda. Há também locações no Rio de Janeiro, mas o ator ficou baseado apenas em Aquidauana.

Romeu diz que a novela deu grande destaque à região pantaneira e ao seu trabalho. “Tem gente que não sabe que eu tenho vários outros trabalhos na Globo. Mas [o sucesso] nunca foi como agora em Pantanal”, diz.

Escrita originalmente por Benedito Ruy Barbosa, a novela estreou na TV em 27 de março de 1990. A nova versão é dirigida por Rogério Gomes e Walter Carvalho, com roteiro de Bruno Luperi. 

A novela é dividida em duas fases. Romeu participa da primeira, interpretando Anacleto, um personagem que não havia na exibição original. Vaqueiro, Anacleto protagoniza um dos primeiros conflitos da trama com o patrão Joventino (Irandhir Santos). 

“O conflito de Anacleto é muito real no universo vaqueiro, rural, da relação de patrão e empregado, que lidam com cerca, com gado”, conta. Joventino, patrão, queria pegar os marruás (os bois selvagens) e Anacleto não, já que os vaqueiros gostam do gado mais manso. 

O desentendimento também se passa com José Leôncio (Renato Góes), filho de Juventino. 

Depois que o filho de Juventino fica responsável pela fazenda, ele demite Anacleto. Para Romeu, a representatividade mato-grossense teve espaço em "Pantanal". “Foi uma participação importante. E fiz questão de manter o nosso sotaque”. 

“As pessoas que viram a novela me reconheceram. Fiquei muito feliz, recebi muitas mensagens até de gente lá do Japão que viu e me reconheceu”, alegra-se.

As gravações e o Pantanal

O cuiabano conta como foi a dinâmica das gravações em pleno Pantanal, em meio à natureza. 

“No Projac [estúdio no Rio de Janeiro] é tudo muito rápido. Ensaia e grava. Porque eles não têm tempo. São 100 cenas para gravar em um dia. Em locações não, a gente tem uma relação mais próxima com a direção, com os atores. Ficamos hospedados todos na Fazenda Primavera. Ficamos juntos, almoçamos juntos, esperamos o tempo passar juntos”.

Antes das gravações, ele teve que passar por um estágio com os verdadeiros vaqueiros para entender melhor as funções do personagem. 
O ator diz que ainda teve a oportunidade de ver as primeiras cenas convidado pelo diretor geral artístico, junto com outros colegas. “A gente se emocionou. Eu vi ali o nosso Pantanal ocre, poeirento, um céu de agosto, bem laranja, mas lindo, exuberante".

Nos últimos anos, o Pantanal sofreu muito com a seca e as queimadas recordes. Nesse período, o ator conta que também trabalhou de forma voluntária na defesa dos animais.

“Foi uma sensação de tristeza e morte terrível. Mas nós ficamos mobilizados, fui co-fundador do grupo Amigos do Pantanal”, relata.

Carreira

Romeu começou nas artes dramáticas ainda no Ensino Médio e depois continuou na faculdade, principalmente nos festivais “Flamps”, realizados à época. Apesar de ser um festival de música, havia muitas intervenções teatrais. 

“Ali nos arredores da UFMT [Universidade Federal de Mato Grosso] fervilhava a cultura. Foi por ali que eu ganhei inicialmente o [prêmio de] ator revelação pelo Festival de Teatro Mato-grossense. Fomos para São Luís (MA) representar Mato Grosso no Festival Nacional de Teatro”, relembra.

O ator diz que se dedicava mais ao drama, mas que ao longo de anos, por volta de 2000, o humor foi ganhando maior proporção em sua carreira. “O Nico e Lau me chamaram para fazer uma peça deles. Ali eu criei o Totó Bodega”.

A partir desse personagem, ele viu que o humor estava cada vez mais em sua vida. Ao mesmo tempo, ainda fazia dramaturgia, tendo inclusive se apresentado na Europa. Depois de voltar ao Brasil, decidiu buscar o sonho de fazer novelas.

Romeu então desembarcou no Rio de Janeiro e ficou lá por um tempo em busca de oportunidades na TV. 

Ele recorda que foi chamado para fazer um teste para a série "Carga Pesada" (2003). Apesar da falta de dinheiro para se manter no Rio, ele ficou por lá até receber o resultado. 

“Eu já estava sem dinheiro e fiquei lá com o que dava. Depois que fiz o teste me falaram: ‘Pronto, agora você está cadastrado na Globo’”. Sem estar confirmado no papel e com poucos recursos, decidiu voltar para Cuiabá.

A oportunidade veio mais tarde, cerca de 30 dias depois, quando foi chamado para gravar "Carga Pesada", em que interpretou um médico em um dos episódios. “Dei de cara com Antonio Fagundes e Stênio Garcia”, recorda, referindo-se aos atores principais que interpretavam os personagens Pedro e Bino, respectivamente. 

“Depois daí não parei mais. Todo ano tinha uma participação na Globo. Vieram 'Da Cor do Pecado' (2004), 'Malhação', 'Belissíma' (2005), 'Duas Caras' (2008). Segundo o ator, esse relacionamento com a emissora foi se fortalecendo e transformando as pequenas participações iniciais em personagens mais duradouros.

Com esse relacionamento com a Globo já fortalecido, ele recebeu o convite para fazer Pantanal. “Pediram um material de vaqueiro do Pantanal. Gravei pelo celular, nessas idas e vindas para o Pantanal. E foi aprovado”, conta.

Projetos

Neste ano Romeu já gravou três curta-metragens, um longa e está gravando uma série. 
Apesar da inserção na Rede Globo e em outros projetos nacionais, Romeu não quer esquecer o personagem que lhe deu mais visibilidade em Mato Grosso. “Com Totó Bodega, eu ainda tenho planos de emplacar um filme”, conta. 

Os trabalhos de teatro também estão nos projetos para este ano. “Eu tenho o monólogo "Serafim" que estou reeditando. É muito atual”.    

Nas telas de TV ele deixa o suspense, mas afirma que novos projetos podem acontecer. “Tem algumas coisas aí já conversadas”, finaliza. 








Fonte:MidiaNews
 

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