Quarta-feira, 24 de abril de 2024
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É preciso reeducar os homens e educar filhos contra o machismo para reduzir casos de violência contra a mulher, diz cartilha

Mulheres vítimas de parceiros possessivos são atacadas dentro da própria casa e às vezes na frente dos filhos.

É preciso reeducar os homens e educar filhos contra o machismo para reduzir casos de violência contra a mulher, diz cartilha

Foto: JLSiqueira / ALMT

Uma cartilha elaborada pela Câmara Setorial Temática da Mulher, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, traz dados sobre o perfil dos agressores e das vítimas de violência doméstica e também orientações sobre como quebrar o ciclo de crimes contra a mulher.

Não basta as mulheres mudarem de atitude, sejam mais corajosas e empoderadas, se os homens permanecerem como sempre foram. Se não houver mudança das duas partes, não haverá melhora significativa na relação, podendo, inclusive, tornar-se ainda mais violenta.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT), os registros de assassinatos contra a mulher aumentou 78% neste ano em relação ao ano passado.

Um estudo de 2020, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, explica que as maiores vítimas de violência doméstica são donas de casa e mulheres que estão desempregadas. Essas mulheres sofrem pela dependência financeira do parceiro e são submetidas a aceitar agressões físicas e verbais.

A cartilha explica sobre o sentimento de posse do parceiro em relação à vítima. O homem se sente 'dono' da mulher, por não se conformar com o rompimento da relação, e isso desencadeia os assassinatos de mulheres.

Mulheres vítimas desses parceiros possessivos são atacadas dentro da própria casa e às vezes na frente dos próprios filhos. Um estudo do Atlas da Violência de 2019 indica que cerca de 17,1% dos assassinatos ocorreram na casa das vítimas.

Em relação à violência contra a mulher negra, em todo o Brasil, 4.645 mulheres foram assassinadas em 2016. Devido à precariedade das políticas que não abrangem mulheres e menos ainda mulheres negras, elas têm três vezes mais chances de serem vítimas de feminicídio se comparar a mulheres brancas.

Desigualdade salarial entre mulheres e homens

Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019 comprovam que as mulheres ganham em média 20,5% menos do que os homens em todas as profissões, ocupando o mesmo cargo e exercendo as mesmas funções.

Além da diferença salarial, as mulheres possuem vários outras atividades relacionado a família, filhos e cuidados domésticos. É perceptível como poucas mulheres possuem cargos de chefia e comandos. Essas ocupações geralmente são designadas aos homens com a justificativa de serem mais aptos a cargos de liderança.

Entretanto, as mulheres que possuem filhos precisam dedicar um tempo maior pela dependência nos primeiros anos da criança. Na maioria das famílias, as mulheres tendem a cuidar mais dos filhos e de cuidados domésticos se comparado aos parceiros.

Educação não machista

Um dos caminhos para mudar uma sociedade machista baseia-se na educação das crianças. Essa cultura pode ser mudada aos poucos ensinando valores igualitários e estimulando as crianças buscarem mais a igualdade.

Algumas tarefas que são designadas as meninas podem ser mudadas destinando também aos homens, como os cuidados domésticos e cuidados com os filhos. Ainda sim, a educação rígida baseada em agressões podem gerar filhos mais autoritários e possessivos, posteriormente, com suas parceiras.

Essas ações podem ajudar os meninos a serem mais companheiros, demonstrarem mais emoção e sem a persistência de distinção de gêneros pré-existentes.

Mulheres nos espaços públicos

Na segunda-feira (21), foi realizado na Assembleia Legislativa um seminário denominado “Mulheres no Espaço Público”, com o objetivo de debater e analisar como se articulam as relações das mulheres nas instâncias de poder.

Participaram do debate a desembargadora e presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Maria Helena Póvoas, a supervisora da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Maria Amorim Ziouva e o juiz de direito da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Cuiabá, Jamilson Haddad.

Única mulher deputada, a deputada Janaina Riva (MDB) defendeu pautas como a realização de debates nas escolas sobre a importância da participação da mulher na política e a definição de cota de gênero para ocupação de cadeiras dos legislativos.

“Estou apostando muito nessa reforma eleitoral para que nós possamos dar o passo inicial para reserva de vagas de 15% às mulheres. Isso vai ser uma redenção no estado de Mato Grosso. Parece não ser muita coisa, mas aqui na Assembleia seremos quatro mulheres”, afirmou.





Por:G1MT
 

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