Quinta-feira, 18 de abril de 2024
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Artigos || Nilson Teixeira

O GNV e o despreparo da MT Gás

Mais uma vez nos deparamos com uma atitude irresponsável do senhor Rafael Reis, atual presidente da MT GÁS, que aumentou os preços do Gás Natural Veicular (GNV) para a concessionária no último dia 26 de outubro de 2021 sem comunicá-la e, consequentemente, os postos só ficaram sabendo neste dia 9 de novembro sobre a alta. Não houve tempo para comunicar o reajuste ao consumidor.

Mais uma vez a MT Gás tira o corpo fora evitando assumir responsabilidade na situação, mas "corre para o abraço com a galera". Mesmo com aumento, o GNV comercializado em Mato Grosso ainda é o mais barato do Brasil, mas com problemas a solucionar. Não há infraestrutura de abastecimento.

Não vejo os postos que investiram no comércio de GNV serem tratados com respeito e até mesmo gratidão pela MT Gás, visto que o investimento é altíssimo e em momento algum a companhia fez algo para ajudar os postos ou os consumidores.

Por que será que outros empresários também não investiram anteriormente? Porque não havia demanda e o investimento para fornecer o gás ultrapassa R$ 1 milhão de reais. Se hoje alguns postos atendem é porque a iniciativa privada se preocupa em atender o consumidor, sendo a maioria motoristas de aplicativos e taxistas.


No meu posto, houve repasse de R$ 0,30 que é pouco superior ao que foi praticado pela MT Gás, mas é preciso evidenciar, e nunca omitir, que devido ao aumento da demanda, os postos tiveram que dobrar estrutura de pessoal para atender o fluxo de clientes e ainda para manter o posto aberto por 24 horas. O custo de energia foi elevado à sexta potência e ainda tem o aluguel, em comodato, dos equipamentos que estão chegando aos postos para que seja duplicada a capacidade de abastecimento na revenda.  Falamos de recursos que saem do bolso do consumidor.

Ao longo de oito meses, a MT Gás foi alertada sobre o sufoco que consumidores e donos de postos enfrentam. Nenhuma atitude foi tomada. Mas a pressão dos motoristas e da revenda cresceu e foi exposta em audiências, ficando claro que o GNV precisa de olhares mais dispostos a investirem no combustível. Se essa pressão não tivesse ocorrido, hoje os motoristas não poderiam contar a isenção do IPVA.

Agora não adianta jogar pedra no boi ou na vaca porque a carne não chega à mesa. O despreparo é uma falta de respeito com o cidadão que trabalha de forma exaustiva na direção de veículos.

O Governo do Estado fez a parte dele em dar segurança jurídica na compra do GNV, isentou o motorista de pagar o IPVA, mas a MT Gás não demonstra habilidade em transformar esse esforço em algo prazeroso. Os motoristas e revendedores querem lidar com esforços mútuos e não com vaidade e despreparo. Não aguentam mais.  

Por fim, temos a esperança de que o governador de Mato Grosso possa corrigir os desvios de foco existentes. Algo precisa ser feito.




Nilson Teixeira, revendedor de combustíveis (América Auto Posto)
 

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