Sexta-feira, 29 de março de 2024
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Artigos || Maria Augusta Ribeiro

O que as telas estão fazendo com nosso sono

Saiba como as telas alteraram nossa rotina de sono diária e afetaram nossa saúde.

Foto: Reprodução

 Você dorme bem? Seus filhos, pais e cônjuges dormem bem? Se respondeu não a qualquer uma dessas perguntas é bom reduzir o seu tempo de exposição às telas, sejam elas smartphone, tablets, PCs ou TV.
 
Imagine que seu cérebro é um supermercado em dia de liquidação. Após a abertura das portas, compradores frenéticos atacam as prateleiras, mercadorias são colocadas no carrinho, filas nos caixas, detritos pelo chão e tudo é caótico.
 
Após o fechamento das portas, clientes vão embora e a calma retorna. Assim os funcionários fecham os caixas, repõem o estoque, limpam a sujeira, reparam os danos e se preparam para a abertura no dia seguinte.
 
Nosso organismo é um pouco como um supermercado. Durante o dia os funcionários neurais se apressam para as atividades do dia e depois do fechamento, quando vem o sono, o cérebro está oportunamente liberado para se dedicar à manutenção do seu corpo.
 
Então, alguém que abre seu supermercado todo santo dia sem nenhuma noite de calmaria para repor seus estoques não vai conseguir vender e vai falir. Trágico, mas é a mais pura verdade: se não dormir o seu corpo vai colapsar.
 
Há mais de 50 anos se estudam os impactos das telas no sono. Desde os primórdios da TV em preto e branco, telas e o dormir são temas de descobertas assustadoras sobre nossa saúde.
 
De fato, o excesso de estímulos, de luz e de sons faz com que a hora de dormir seja atrasada.
 
Quem dorme menos é obeso ou esta acima do peso, tem riscos cardiovasculares, imunidade baixa e dores de cabeça.
 
Já os impactos cognitivos se referem à falta de atenção, à falta de memória, e está fadado a ser menos produtivo, seja no trabalho ou na escola.
 
Com relação a emoções, quem dorme menos é mais agressivo, é impulsivo e tem desordem emocional, tal como ansiedade.
 
Agora, quem tem crianças e adolescentes esses impactos são multiplicados, já que uma pessoa em formação que é afetada pela falta de sono será um adulto com o cérebro com falta de memória.
 
Não é incomum ver crianças usuárias de telas com dificuldade de retenção de conteúdo, transtornos de aprendizagem e depressão. Athena Chavarria, que trabalhou no Facebook disse: “Estou convencida de que o diabo mora em nosso telefone e está destruindo nossos filhos”. Exagerada ou não, a executiva coloca em cheque o que um pequeno dispositivo pode fazer com a nossa saúde e de nossos pares.
 
Diante desse cenário de caos em que dormimos pouco, estamos perdendo nossa memória e nossas crianças estão sendo forjadas sobre cérebros mutilados, o que fazer?

 A reposta está na higiene do sono. As chamadas práticas comportamentais que ajudam na indução do sono são de fácil aplicação, qualquer um pode fazer, mas exigem disciplina.
 
E a primeira regra da higiene do sono é: cama foi feita para sexo e dormir. Se você não esta fazendo nenhuma dessas duas coisas, saia agora mesmo.
 
Dois: zero telas pelo menos 1 hora antes de dormir. E isso significa que nada de telas nos quartos, nada de telas na cama e nada de telas nas mãos dos parceiros.
 
Ambientes adequados para o sono são silenciosos, cheirosos e com temperatura agradável. Exposição ao sol e acordar e dormir no mesmo horário também são excelentes para regular seu sono.
 
Vale ressaltar que as notificações devem ficar no silencioso e aparelhos de smartphone virados para baixo. De preferencia até fora do quarto enquanto carregam. Ah! Mas e se for emergência? Vão ligar para você, não tenha medo de deixar esse aparelhinho tão pequeno perturbar seu sono. Boa Noite!
 

Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e netnografia no Belicosa.com.br
 

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